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ENDOMETRIOSE

A endometriose é caracterizada pela presença de células do endométrio fora de seu local, sendo o mais comum a cavidade peritoneal. Apesar dos crescentes avanços nos métodos propedêuticos, não existe ainda um tratamento de consenso. De fato, não existe comprovação se a endometriose seria realmente uma doença ou apenas uma situação comum em parte da população.


Causas


Algumas teorias foram propostas para tentar explicar a causa da endometriose, entretanto, o verdadeiro mecanismo permanece indefinido. A teoria mais aceita sugere que o refluxo de células endometriais pelas trompas, durante o período menstrual, seria a fonte dos focos ectópicos no peritônio pélvico. Pode haver também componentes genéticos e imunológicos associados.


Diagnóstico


A suspeita ocorre a partir das queixas clássicas de cólica menstrual progressiva, dor pélvica, dispareunia e infertilidade, sendo que até um terço das mulheres pode ser assintomática.


A associação entre a endometriose e infertilidade tem sido bastante estudada. Entretanto, esta relação foi comprovada apenas nas formas mais avançados, uma vez que os cistos podem levar a formação de aderências, ou a alteração na relação entre os órgãos, e assim impedir a liberação ou o transporte do óvulo.


Nas formas leve e moderado, a causa da infertilidade é ainda incerta, porém alguns estudos sugerem uma alteração no sistema imunológico, que poderiam ocasionar modificações no processo de fertilização ou transporte dos óvulos, espermatozoides ou embriões.


O ultrassom permite suspeitar de endometriose apenas na presença de cistos com mais de 1 cm. O diagnóstico definitivo da endometriose só é realizado através do estudo histopatológico, após biópsia, realizada por cirurgia ou videolaparoscopia.


Tratamento


Para mulheres que não desejam gravidez, as principais indicações para o tratamento são cólica, dor pélvica e dispareunia. Pode ser feita por medicamentos analgésicos e hormônios para inibir o desenvolvimento da endometriose e levar a seu desaparecimento. É importante avaliar a taxa de sucesso e os efeitos colaterais.


A cirurgia tem como objetivo retirar os focos de endometriose e refazer a anatomia, quando esta apresenta-se distorcida. Pode ser feita por cirurgia convencional ou vídeo-laparoscopia. É mais indicada para mulheres que tem a prole definida, devido aos riscos de retirada dos ovários.


Para mulheres com desejo de gravidez, quando as trompas estão normais, realiza-se a indução da ovulação. Tem como objetivo direto se obter a gravidez mais rapidamente, de forma direta e evitando-se os efeitos colaterais dos medicamentos hormonais.


Os mecanismos de ação neste caso são:


- Aumentar o número de oócitos disponíveis para a captação tubária;

- Fertilização e implantação;

- Melhorar o perfil estrogênico e consequentemente seus efeitos diretos sobre o aparelho reprodutor;

- Aumentar o número de espermatozoides móveis na cavidade uterina disponíveis para fertilização (no caso de inseminação).

- Os resultados de gestação com estas técnicas estão em torno de 30 a 35% após 4 ciclos de tentativas.


Se existe comprometimento das trompas, quando não houve sucesso na indução da ovulação, ou se a mulher tem idade maior que 35 anos, o tratamento de escolha passa a ser a Fertilização in vitro.


A técnica de Fertilização in Vitro (FIV) apresenta a vantagem de superar qualquer das prováveis causas atribuídas à endometriose para levar a infertilidade. O fato de se retirar os oócitos e colocá-los em contato direto com os espermatozoides, após indução da super-ovulação, permite se observar diretamente a fertilização e formação de embriões e, a transferência dos embriões diretamente para o útero da paciente. As taxas de gravidez são semelhantes às encontradas para as demais indicações de FIV, variando de 15 a 55%, de acordo com a idade da mulher. De maneira semelhante ao descrito acima, pode ser utilizado após falha do tratamento inicial ou diretamente para se obter a gestação mais rapidamente.


O fato de não se haver confirmado se a endometriose poderia determinar a infertilidade, fez com que o tratamento expectante fosse sugerido. Os resultados deste tipo de tratamento variam de 50 a 90% de gravidez, de acordo com idade da pacientes e tempo de infertilidade.


A vantagem nesta opção terapêutica é a ausência de custo e efeitos adversos, porém a maior desvantagem é o fato de não se poder determinar um tempo específico de espera, devendo ser utilizado somente em mulheres jovens, com pouco tempo de infertilidade e sem desejo imediato de gestação. Assim, mulheres sem sintomas devem discutir com seu médico se existe necessidade de tratamento.